A influência do intestino na fertilidade: o papel do eixo intestino-reprodução na saúde reprodutiva

Alexey Orlov
Alexey Orlov 5 Min Read
Oluwatosin Tolulope Ajidahun explica como o eixo intestino-reprodução pode influenciar diretamente a fertilidade e o equilíbrio hormonal.

Assim como explica Oluwatosin Tolulope Ajidahun, a conexão entre o intestino e a fertilidade tem ganhado destaque nas pesquisas mais recentes em medicina reprodutiva. Muito além de sua função digestiva, o intestino exerce influência direta sobre processos hormonais, imunológicos e inflamatórios que afetam a saúde reprodutiva de homens e mulheres. Essa relação é mediada principalmente pelo eixo intestino-reprodução, um sistema de comunicação entre o microbioma intestinal e os órgãos reprodutores.

Quando a microbiota intestinal está equilibrada, ela contribui para a regulação hormonal adequada, reduz inflamações sistêmicas e promove um ambiente propício à ovulação, à qualidade espermática e à implantação embrionária. No entanto, alterações nesse equilíbrio, conhecidas como disbiose intestinal, podem gerar impactos silenciosos, mas significativos sobre a fertilidade.

Microbiota intestinal e o equilíbrio hormonal

O intestino é um órgão-chave na metabolização e excreção de hormônios sexuais, como o estrogênio. Quando há desequilíbrios na flora intestinal, esse processo pode ser comprometido, levando à recirculação de estrogênios inativos, o que interfere na regulação hormonal do ciclo reprodutivo feminino. De acordo com Tosyn Lopes, esse mecanismo pode contribuir para condições como síndrome dos ovários policísticos (SOP), endometriose e falhas de ovulação.

Ademais, a disbiose intestinal influencia diretamente o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, responsável por regular a liberação dos principais hormônios envolvidos na reprodução. Um intestino inflamado envia sinais alterados ao sistema nervoso central, afetando a produção de LH e FSH, essenciais para o desenvolvimento folicular e a espermatogênese.

Inflamações intestinais e impacto na fertilidade

Doenças inflamatórias intestinais, como a síndrome do intestino irritável, doença de Crohn e colite ulcerativa, são associadas a taxas aumentadas de infertilidade, principalmente quando não controladas. Mesmo inflamações subclínicas podem gerar respostas imunológicas que afetam negativamente a receptividade uterina e aumentam o risco de falhas de implantação ou abortamentos precoces.

A saúde intestinal tem papel fundamental na fertilidade — e Oluwatosin Tolulope Ajidahun destaca a importância desse eixo na reprodução humana.
A saúde intestinal tem papel fundamental na fertilidade — e Oluwatosin Tolulope Ajidahun destaca a importância desse eixo na reprodução humana.

Segundo Oluwatosin Tolulope Ajidahun, esse processo ocorre porque a inflamação crônica no intestino estimula a produção de citocinas inflamatórias sistêmicas, que circulam por todo o organismo e impactam tecidos sensíveis, como o endométrio. Em homens, essas inflamações podem reduzir a qualidade seminal, comprometendo a morfologia e a motilidade dos espermatozoides.

A importância de cuidar do intestino para preservar a fertilidade

Adotar uma dieta anti-inflamatória, rica em fibras, probióticos e alimentos integrais, é uma das formas mais eficazes de restaurar a saúde intestinal. Além disso, identificar e tratar intolerâncias alimentares, controlar o estresse e evitar o uso indiscriminado de antibióticos são medidas fundamentais para preservar a integridade da microbiota. Conforme frisa Tosyn Lopes, esses cuidados não apenas melhoram a digestão, mas fortalecem o equilíbrio hormonal e a saúde reprodutiva.

Para casais em tratamento de reprodução assistida, investigar o estado da microbiota intestinal pode ser um diferencial. Já existem testes específicos para avaliar a composição bacteriana do intestino e sua influência no perfil inflamatório e hormonal do paciente. Essa abordagem complementar é promissora para otimizar os resultados em FIV e inseminações artificiais.

Conectar os sistemas: um novo olhar sobre a fertilidade

A fertilidade não depende apenas do útero, dos ovários ou dos testículos, ela reflete o equilíbrio sistêmico de todo o organismo.  Oluwatosin Tolulope Ajidahun elucida que integrar a saúde intestinal à abordagem da fertilidade é mais do que uma tendência: é uma necessidade diante dos avanços científicos que revelam o papel vital do microbioma na reprodução.

Cuidar do intestino é, portanto, uma estratégia inteligente para quem deseja conceber. Pequenas mudanças no estilo de vida, orientadas por profissionais capacitados, podem trazer grandes transformações. A conexão entre intestino e fertilidade é real, e reconhecê-la pode ser o ponto de virada em muitas histórias de quem sonha com a maternidade ou paternidade.

Autor: Alexey Orlov

As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.

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