Fernando Bruno Crestani, detaca que o design universal deve estar no centro das discussões sobre moradias acessíveis. Em vez de adaptar estruturas existentes para atender a necessidades específicas, esse conceito propõe projetar, desde o início, ambientes que sejam funcionais para todas as pessoas — independentemente da idade, capacidade física ou condição de saúde.
O que é design universal e por que ele importa para o setor habitacional?
O design universal é uma abordagem projetual que busca eliminar barreiras e criar espaços utilizáveis por qualquer pessoa, sem a necessidade de modificações futuras. Isso significa pensar desde a planta do imóvel até os detalhes construtivos de forma inclusiva. Rampas bem localizadas, portas largas, banheiros com barras de apoio e controles acessíveis são apenas alguns exemplos práticos dessa filosofia.
De acordo com Fernando Bruno Crestani, o grande diferencial do design universal está na sua capacidade de integrar funcionalidade, conforto e estética. Moradias que seguem esse modelo não apenas ampliam seu público-alvo como também se tornam mais preparadas para acompanhar o envelhecimento da população e a crescente diversidade nos lares brasileiros.
Funcionalidade e autonomia para todos os perfis de morador
Ao priorizar a usabilidade universal, os empreendimentos passam a considerar as necessidades de crianças, idosos, pessoas com deficiência e até mesmo moradores com restrições temporárias de mobilidade. Essa abordagem vai além do cumprimento da legislação — ela coloca o ser humano no centro do projeto.
Fernando Bruno Crestani ressalta que esse tipo de planejamento traz ganhos significativos em termos de bem-estar e autonomia dos moradores, especialmente em um país onde a maioria das habitações ainda é pensada para um perfil único e padronizado de usuário.
Valorização do imóvel e longevidade do investimento
Empreendimentos que adotam o design universal não apenas se destacam por sua responsabilidade social, mas também por sua visão estratégica. Imóveis acessíveis e versáteis tendem a se valorizar mais rapidamente, apresentam menor necessidade de reformas futuras e atraem públicos diversos, ampliando as possibilidades de comercialização ou locação.

Segundo indica Fernando Bruno Crestani, esse tipo de diferencial competitivo é cada vez mais relevante em um mercado que busca soluções sustentáveis e adaptáveis. Incorporadoras e investidores atentos a esse movimento conseguem alinhar rentabilidade com impacto positivo na sociedade.
Políticas públicas, normativas e incentivos
Embora existam normas técnicas voltadas à acessibilidade, como a ABNT NBR 9050, a aplicação do design universal ainda depende de uma mudança de mentalidade dentro do setor. Para isso, é fundamental que o poder público atue de forma ativa, criando estímulos financeiros e certificações para projetos que adotem essa filosofia desde a concepção.
Conforme aponta Fernando Bruno Crestani, a inclusão de critérios de design universal em editais de habitação social, programas de financiamento e incentivos fiscais pode acelerar sua adoção, gerando benefícios coletivos e impulsionando a qualidade dos empreendimentos no país.
Construir com propósito é construir para todos
O design universal representa um novo paradigma para a construção civil: mais humano, mais funcional e mais duradouro. Incorporar essa visão no planejamento de moradias acessíveis não é apenas uma tendência — é um compromisso com o futuro das cidades e com a qualidade de vida de milhões de brasileiros.
Na visão de Fernando Bruno Crestani, o verdadeiro progresso urbano não se mede apenas pela quantidade de novas moradias construídas, mas pela capacidade de garantir que todas elas sejam dignas, seguras e inclusivas para quem quer que venha a habitá-las.
Autor: Alexey Orlov